A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura ocasionados por distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento. As desordens motoras da PC são geralmente acompanhadas por alterações na sensação, percepção, cognição, comunicação, comportamento e problemas musculoesqueléticos.
Os pacientes com PC podem apresentar alterações do tônus muscular, do equilíbrio, da coordenação, do planejamento motor, entre outras disfunções. Além disso, muitas pessoas com PC têm baixa resistência cardiorrespiratória, fraqueza muscular e baixos níveis de realização de atividades físicas. Essas condições levam a um estilo de vida sedentário que interfere no processo de reabilitação e favorece ao aparecimento de doenças como hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes e artrose.
O sedentarismo e a pouca mobilidade desses pacientes pode levar à perda funcional precoce, ou seja, alguns pacientes com PC podem deixar de realizar atividades motoras como por exemplo, podem parar de caminhar, porque se tornaram extremamente descondicionados e pouco ativos no dia-a-dia.
A realização de uma atividade física supervisionada pode complementar as terapias convencionais como a fisioterapia e a fisioterapia aquática e em alguns momentos, ser uma forma de manutenção do estado geral de saúde e da funcionalidade nas atividades do cotidiano. A realização de exercícios físicos auxilia na manutenção do condicionamento cardiorrespiratório, força muscular, flexibilidade, equilíbrio e consequentemente ajuda a manter ganhos funcionais como a capacidade de deambulação. Os exercícios também atuam na prevenção e controle de doenças comuns em pacientes com PC como hipertensão arterial e artrose.
Estudos mostram que os exercícios físicos para pessoas com PC devem incluir atividades aeróbias como andar, pedalar, dançar e nadar, exercícios de fortalecimento muscular, flexibilidade e equilíbrio. O aumento do tempo de duração da atividade aeróbia e da carga nos exercícios de fortalecimento deve ser gradativo. A frequência ideal é de duas a três vezes por semana e devem ser atividades que promovam o bem-estar e com isso tornem-se parte da rotina.
Referências:
– Verschuren O. et al. Exercise and physical activity recommendations for people with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology 2016, 58: 798–808
– www.paralisiacerebral.org.br
