21/06 : Dia Nacional de Luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica

A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença do neurônio motor ou doença de Lou Gehrig, é uma doença neurodegenerativa responsável por envolver o córtex motor, o tronco cerebral e os neurônios motores da medula espinhal.

Sabe-se que a sua incidência na população mundial é relativamente rara, mas pode apresentar epidemiologia com picos após os 40 anos. A incidência da ELA (média cerca de 1 / 50, 000 por ano) e prevalência (média cerca de 1 / 20, 000) são relativamente uniformes nos países ocidentais, apesar de terem descritos focos de maior frequência no Pacífico Ocidental. No geral, há uma ligeira preponderância do sexo masculino (razão entre homens e mulheres de cerca de 1,5:1).

A sintomatologia relacionada a essa doença se dá com a apresentação da perda progressiva de neurônios motores superiores e dos neurônios motores inferiores com consequentes sinais de fraqueza, bem como atrofia muscular, fasciculações, alterações na marcha, sinais de câimbras musculares, miastenia dos músculos e dos membros, além de paralisia progressiva.

Possui etiologia ainda desconhecida, mas estão sendo considerados fatores genéticos de predisposição e a toxicidade ambiental, que seria a exposição do indivíduo a algum fator(es) que desencadeiam essa patologia. Atualmente, o componente imunológico tem sido alvo de pesquisas no desenvolvimento da doença, e acredita-se que os fatores ambientais e uma predisposição genética sejam os responsáveis pela autoimunidade.

A ELA trata-se de uma doença degenerativa irreversível que não possui cura. Contudo, ainda são utilizados fármacos com intuito de melhorar a qualidade de vida do paciente, dentre eles o Riluzol. O manejo clínico de pessoas com ELA é complexo e requer uma abordagem abrangente e multidisciplinar.

A abordagem multidisciplinar objetiva maximizar o desempenho funcional e melhorar a qualidade de vida e como consequência a fisioterapia busca auxiliar no controle do desenvolvimento da doença a fim de garantir a melhora na qualidade de vida de forma individualizada Conhecer e entender a progressão da doença permite aos profissionais envolvidos no processo de reabilitação se antecipar às mudanças nas prioridades de atendimento e prevenir possíveis complicações

A fisioterapia, através de alongamentos, mobilização, reeducação postural e exercícios ativos (com cuidados para evitar o uso em excesso e fadiga), tem o intuito de atuar na redução das dores musculares, prevenir atrofias por desuso e deformidades articulares, proporcionar o melhor condicionamento de músculos associados com mecanismos respiratórios além de propiciar uma melhora na qualidade de vida dos pacientes

Não há protocolos específicos objetivando a orientação do fisioterapeuta na elaboração do plano específico de tratamento para portadores da ELA. O trabalho dentro das atividades funcionais e direcionado para a maior dificuldade da pessoa naquele momento do tratamento, torna a abordagem voltada para o indivíduo, devendo-se lembrar que os objetivos e intervenção mudam à medida que novas demandas surgem ao longo da evolução da doença. A orientação quanto a adaptações e cuidados tanto para o indivíduo quanto para a família e cuidador são de extrema importância e devem ser contemplados no tratamento.

Dessa forma, o profissional responsável deve estar constantemente atento às particularidades individuais de cada paciente, tendo um conhecimento minucioso do estágio da doença respeitando suas limitações clínicas, levando-se em conta os cuidados já citados acima, como evitar sobrecarga muscular, mas também combater a atrofia por desuso.

Referências bibliográficas:

Gomes, Crystian Moraes Silva; Silva, Ana Raquel; Oliveira, Jonaina Fiorim Pereira de Grupo de educação em saúde para pessoas com esclerose lateral amiotrófica, seus familiares e cuidadores Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, vol. 1, Sup., 2021 Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Brasil.

Jaqueline Maria de Azevedo Chagas, Ana Paula de Moura Martins, João Victor Evaristo Mendanha, Gabriela Hudson Carneiro, Phelipe Siqueira de Almeida, Rebecca Fonseca Ramos, Bruna Carolina Nogueira Amaral, Djeify Alexandre Pessoa Junior. A importância da fisioterapia motora na esclerose lateral amiotrófica: uma breve abordagem bibliográfica / The importance of motor physiotherapy in amyotrophic lateral sclerosis: a brief bibliographic approach. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.5, n.1, p. 2305-2310 jan/fev 2022.

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Dra Viviana Dylewski

CREFITO 3/99616- F

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