A paralisia cerebral (PC) é muitas vezes relacionada à infância mas é importante lembrar que as pessoas com paralisia cerebral crescem, se tornam adolescentes e adultos e consequentemente seus objetivos e demandas mudam em cada fase da vida. Esses adultos enfrentam desafios para manter a participação social e independência à medida que envelhecem.

Apesar da lesão cerebral ser não progressiva, as manifestações dos comprometimentos motores mudam ao longo da vida, devido ao crescimento, desenvolvimento e mecanismos compensatórios. Os adultos com PC apresentam declínio físico precoce, incluindo dor, fadiga, déficits de equilíbrio, alterações na marcha, contraturas, fraqueza muscular, além de problemas metabólicos e cardiovasculares. Isso ocorre devido às alterações biomecânicas ocasionadas pela paralisia cerebral que levam a alterações posturais, maiores sobrecargas mecânicas às articulações e um comportamento mais sedentário, muitas vezes influenciado pelas condições motoras. Esses fatores fazem com que as pessoas com PC vivenciem mais anos com baixa qualidade de vida e participação reduzida em atividades significativas, como educação, vida familiar, trabalho, recreação e exercício físico.
Assim, os profissionais envolvidos na reabilitação (como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais), em conjunto com os pacientes e familiares, devem estabelecer metas e fornecer intervenções motoras que promovam a participação em atividades significativas da vida, como educação superior, emprego, relações pessoais e atividades físicas.

Os exercícios físicos trazem muitos benefícios para qualquer um de nós, o que não seria diferente para quem tem PC. Os estudos mostram a importância da realização de exercícios aeróbios e de fortalecimento muscular iniciando com cargas leves e progredindo gradativamente. É importante ter constância na realização dos exercícios (2 a 3x/semana) e acompanhar parâmetros como a frequência cardíaca e a carga durante as atividades, além de sempre ter um acompanhamento profissional.
Vale lembrar que pequenas atitudes como passar da posição sentada para em pé ou caminhar pequenas distâncias em casa já promovem uma resposta fisiológica no corpo de alguém quem tem um estilo de vida muito sedentário.

Sabemos que existem inúmeras barreiras tanto arquitetônicas quanto pessoais como falta de apoio de familiares e cuidadores que podem dificultar essa maior movimentação do corpo. Mas é importante entender que não é necessário ter as condições ideais para começar. Iniciar os poucos com pequenos movimentos realizados em casa mesmo e ir progredindo gradativamente pode trazer muitos benefícios e sempre busque uma orientação profissional.
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