A fisioterapia em casos de lesão medular é fundamental para recuperar funções, prevenir complicações e estimular a autonomia do paciente. O tratamento fisioterapêutico atua de forma personalizada, considerando o tipo de lesão, o nível de comprometimento motor e sensitivo e os objetivos individuais de cada pessoa.
A Escala ASIA (American Spinal Injury Association) é usada mundialmente para classificar a gravidade da lesão medular e direcionar a reabilitação:
- ASIA A (lesão completa): ausência total de função motora e sensitiva abaixo da lesão.
- ASIA B (lesão incompleta): preservação da sensibilidade, mas sem função motora.
- ASIA C (lesão incompleta): presença de movimento, mas com fraqueza muscular importante.
- ASIA D (lesão incompleta): função motora preservada com força muscular adequada em boa parte dos músculos.
- ASIA E: quadro neurológico normal.
Essa classificação ajuda a estabelecer o prognóstico e definir metas realistas.
Durante a reabilitação é importante ficar atento porque pacientes com lesão medular apresentam risco aumentado para diversas complicações clínicas, que devem ser monitoradas e prevenidas:
- Escaras (úlceras por pressão): surgem devido à permanência em uma mesma posição. O treinamento para fazer alívios de pressão da forma correta, manter diferentes posturas ao longo do dia (por exemplo, permanecer em alguns períodos deitado inclusive em decúbito ventral, ou seja, de barriga para baixo) e o uso de almofadas adequadas no assento da cadeira de rodas para os cadeirantes, são fundamentais para aliviar a pressão e evitar essas lesões.
- Infecções urinárias: comuns devido ao uso de sondas ou alterações no esvaziamento da bexiga. O acompanhamento médico e orientações adequadas sobre o cateterismo e sondagem vesical são essenciais para evitar essas infecções.
- Alterações cardiovasculares: como a hipertensão arterial e a hipotensão postural, que exigem atenção durante os exercícios e mudanças de posição.
Outro cuidado importante é para aqueles que utilizam cadeira de rodas. Nesses casos, os ombros tornam-se articulações sobrecarregadas, pois participam ativamente das transferências, da propulsão da cadeira e das atividades do dia a dia. Assim os objetivos da fisioterapia incluem:
- Fortalecer os músculos estabilizadores da escápula e do manguito rotador.
- Promover alongamentos para manter mobilidade adequada.
- Ensinar técnicas corretas de propulsão da cadeira de rodas, reduzindo o risco de dor e lesões por esforço repetitivo.
É importante ressaltar que mais do que recuperar funções motoras, a fisioterapia deve estimular a autonomia do paciente. Entre as orientações e objetivos mais importantes estão:
- Como fazer as trocas posturais: aprender a mudar de posição de forma independente ou com mínima ajuda.
- Como realizar as transferências: passar da cama para a cadeira, da cadeira para o carro, entre outras situações do dia a dia.
- Treinar atividades funcionais: além de trabalhar o fortalecimento e condicionamento cardiorrespiratório, é importante treinar as atividades e habilidades para que a pessoa volte a realizar tarefas com segurança.
A reabilitação após uma lesão medular é um processo contínuo, que exige atenção integral ao paciente. A fisioterapia contribui tanto para prevenir complicações clínicas quanto para promover independência e participação social.
Na clínica Funcionalidade, oferecemos programas personalizados de fisioterapia para pessoas com lesão medular, sempre com foco no cuidado humanizado e na conquista de mais autonomia.
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